FAQ
Quando o Acarajé foi oficializado como bem cultural do Patrimônio Imaterial brasileiro?
Publicado pela Agência Carta Maior 06/12/2004
O ministro da Cultura, Gilberto Gil, o secretário-executivo, Juca Ferreira e o presidente do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), Antônio Arantes, estiveram em Salvador, junto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para participar da cerimônia de abertura do Fórum Mundial de Turismo para Paz e Desenvolvimento Sustentável, que aconteceu no Teatro Castro Alves, na última quarta-feira. Em seguida, almoçaram com o presidente Lula e participaram da 45ª reunião do Conselho Consultivo do Iphan, no Museu de Arte Sacra.
O encontro homologou o tombamento do Terreiro de Alaketo – Ilê Maroiá Láji, como bem cultural do Patrimônio Material, e vai registrar a Viola-de-Cocho, de Mato Grosso, e o Ofício da Baiana de Acarajé como bens culturais do Patrimônio Imaterial no Livro dos Saberes.
"Essa reunião vai reconhecer saberes culturais fundamentais na formação cultural brasileira. Para a Bahia, tem importância especial por reconhecer não só a um dos mais antigos terreiros do País, mas também o ofício da baiana de acarajé, um dos saberes e fazeres mais tradicionais da identidade cultural da Bahia e do Brasil", afirma o secretário-executivo, Juca Ferreira.
Ofício da Baiana de Acarajé
O registro do Ofício da Baiana de Acarajé reconhece todos saberes e fazeres tradicionais aplicados na produção e comercialização das chamadas comidas de baiana, feitas com dendê, com destaque para o acarajé. Desde sua origem africana, a produção e consumo das comidas das Baianas de Acarajé, ou Baianas de Tabuleiro, constituem práticas culturais reiteradas e atualizadas com a contribuição de outros grupos étnicos-culturais e profundamente enraizadas no cotidiano da população baiana.
O saber reconhecido pelo Ministério da Cultura como patrimônio cultural imaterial refere-se ao ofício da baiana em Salvador que teve início com a produção do acarajé, bolo de feijão fradinho frito no azeite de dendê. A técnica de feitura do acarajé representa um modo de fazer enraizado no cotidiano dos seus produtores, seja para uso religioso, alimento sagrado oferecido às divindades nos rituais do candomblé, seja para uso profano, comercializado nas ruas pelas baianas.
https://www.crmariocovas.sp.gov.br/noticia.php?it=5850
Qual a origem do Bolinho de Bacalhau?
Bolinho de bacalhau
Bolinhos ou pastéis de bacalhau[1][2] são uma especialidade da gastronomia portuguesa,[3] podendo ser encontrados por toda a região Mediterrânea, sendo também muito populares em Angola[4] e no Brasil[5] onde é um petisco muito apreciado em restaurantes e adegas portuguesas.[6]
No centro e sul de Portugal são conhecidos por pastéis de bacalhau e, no norte, por bolinhos de bacalhau[1][2].
O pastel de bacalhau [nota 1] foi um dos candidatos finalistas às 7 Maravilhas da Gastronomia portuguesa.[3]
História
A primeira receita oficial do bolinho de bacalhau data de 1904, em um livro chamado Tratado de Cozinha e Copa, de Carlos Bandeira de Melo, um oficial do exército português que usava o pseudônimo Carlos Bento da Maia. A obra de Carlos Melo entraria para a história como a primeira a apresentar uma receita do prato.[7]
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(…) Toma-se o bacalhau cozido, limpa-se de peles e espinhas, mistura-se com batatas cozidas e bastante salsa cortada em pedaços, e passa-se tudo pela máquina de picar. O polme resultante liga-se com leite e gemas de ovos e tempera-se com um pouco de sal fino e pimenta em pó. Bate-se a massa, à qual juntam-se as claras de ovos, previamente batidas em castelo, liga-se tudo rapidamente, tira-se a massa às colheradas, que tendem, fazendo-se passar de uma para outra, (as colheres molham-se no azeite fervente em que os bolos hão de ser fritos) e, em seguida e sucessivamente, põe a frigir. O azeite deve ser abundante, para que os bolos mergulhem nele sem tocar o fundo. Tiram-se do azeite com uma colher crivada e põem-se a escorrer. (…) |
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— Carlos Bandeira de Melo em Tratado de cozinha e copa, 1904.
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Apesar de indicar o modo de preparo e os ingredientes, o autor foi omisso em relação à proporção dos ingredientes, no entanto, sua descrição serviu como base para as variações da receita existentes até os dias de hoje.[7]
Variantes
Na França se considera que seja uma receita de origem guadalupenha (na língua indígena da ilha são acras) e são ligeiramente picantes.
Na Catalunha[8] são muito populares, não contém capsicum e costumam ser fritos em azeite. Em ambos os lugares, são feitos com bacalhau demolhado e desmigado (exqueixat) misturado com uma massa típica de pasteis (água ou leite, farinha, ovos) juntando alho, salsa e às vezes também cebola picada. Também se costumam comer como aperitivo ou petisco, em pratos de frituras variadas ou como acompanhamento em pratos combinados. Esta variante com massa de farinha, em Portugal, é chamada de patanisca ou isca de bacalhau.
Pastel de bacalhau brasileiro
No Brasil também pode ser encontrada uma variante que apesar de ter o nome de "pastel de bacalhau", similar ao nome utilizado em parte de Portugal e nos PALOP para o bolinho de bacalhau, é ligeiramente diferente, se referindo a um pastel, alimento típico brasileiro semelhante à empanada latino-americana que consiste de uma massa recheada com algum ingrediente e frita; neste caso específico, recebe o recheio de bacalhau.[9] Este tipo de pastel teve origem numa receita de emigrantes portugueses que se radicaram em São Paulo e lançaram essa iguaria no Hocca Bar, localizado no Mercado Municipal de São Paulo.[10]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bolinho_de_bacalhau
Qual a origem do Acarajé?
Acarajé
Acarajé é uma especialidade gastronômica da culinária afro-brasileira feita de massa de feijão-fradinho, cebola e sal, frita em azeite-de-dendê. O acarajé pode ser servido com pimenta, camarão seco, vatapá, caruru, quase todos componentes e pratos típicos da cozinha da Bahia. Assim como o abará.
História
Manuel Querino em A arte culinária na Bahia, de 1916, conta, na primeira descrição etnográfica do acarajé, que "no início, o feijão-fradinho era ralado na pedra, de 50 cm de comprimento por 23 de largura, tendo cerca de 10 cm de altura. A face plana, em vez de lisa, era ligeiramente picada por canteiro, de modo a torná-la porosa ou crespa. Um rolo de forma cilíndrica, impelido para frente e para trás, sobre a pedra, na atitude de quem mói, triturava facilmente o milho, o feijão, o arroz".
O acarajé dos Iorubás da África ocidental (Togo, Benim, Nigéria, Camarões) que deu origem ao brasileiro é por sua vez semelhante ao Falafel árabe inventado no Oriente Médio. Os árabes levaram essa iguaria para a África nas diversas incursões durante os séculos VII a XIX. As Favas secas e Grão de bico do Falafel foram alternados pelo feijão-fradinho na África.[1][2]
Acarajé de orixá
Acarajé, comida ritual da orixá Iansã. Na África, é chamado de àkàrà que significa bola de fogo, enquanto je possui o significado de comer. No Brasil foram reunidas as duas palavras numa só, acara-je, ou seja, “comer bola de fogo”. Devido ao modo de preparo, o prato recebeu esse nome.
O acarajé, o principal atrativo no tabuleiro, é um bolinho característico do candomblé. Sua origem é explicada por um mito sobre a relação de Xangô com suas esposas,Oxum e Iansã. O bolinho se tornou, assim, uma oferenda a esses orixás. Mesmo ao ser vendido num contexto profano, o acarajé ainda é considerado, pelas baianas, como uma comida sagrada. Por isso, a sua receita, embora não seja secreta, não pode ser modificada e deve ser preparada apenas pelos filhos-de-santo.
O acarajé é feito com feijão fradinho, que deve ser quebrado em um moinho em pedaços grandes e colocado de molho na água para soltar a casca. Após retirar toda a casca, passar novamente no moinho, desta vez deverá ficar uma massa bem fina. A essa massa acrescenta-se cebola ralada e um pouco de sal.
O segredo para o acarajé ficar macio é o tempo que se bate a massa. Quando a massa está no ponto, fica com a aparência de espuma. Para fritar, use uma panela funda com bastante azeite-de-dendê.
Normalmente usam-se duas colheres para fritar, uma colher para pegar a massa e uma colher de pau para moldar os bolinhos. O azeite deve estar bem quente antes de colocar o primeiro acarajé para fritar.
Esse primeiro acarajé sempre é oferecido a Exu pela primazia que tem no candomblé. Os seguintes são fritos normalmente e ofertados aos orixás para os quais estão sendo feitos.
O acará Oferecido ao orixá Iansã diante do seu Igba orixá é feito num tamanho de um prato de sobremesa na forma arredondada e ornado com nove ou sete camarões defumados, confirmando sua ligação com os odu odi e ossá no jogo do merindilogun, cercado de nove pequenos acarás, simbolizando "mensan orum" nove Planetas. (Orum-Aye, José Benistes).
O acará de xango tem uma forma Ovalar imitando o cágado que é seu animal preferido e cercado com seis ou doze pequenos acarás de igual formato, confirmando sua ligação com os odu Obará e êjilaxeborá.
Acarajé da baiana

O acarajé também é um prato típico da culinária baiana e um dos principais produtos vendidos no tabuleiro da baiana (nome dado ao recipiente usado pela baiana do acarajé para expor os alimentos), que são mais carregados no tempero e mais saborosos, diferentes de quando feitos para o orixá.
A forma de preparo é praticamente a mesma, a diferença está no modo de ser servido: ele pode ser cortado ao meio e recheado com vatapá, caruru, camarão refogado e pimenta.
O acarajé tem similaridade com o abará, difere-se apenas na maneira de cozer. O acarajé é frito, ao passo que o abará é cozido no vapor.
Os ingredientes do acarajé são meio quilograma de feijão-fradinho descascado e moído, 150 g de cebola ralada, uma colher de sobremesa de sal ou a gosto e um litro de azeite-de-dendê para fritar. O recheio de camarão é feito com 4/6 xícara de azeite-de-dendê, 3 cebolas picadas, alho a gosto, 700 g de camarão defumado sem casca refogados por 10 a 15 minutos. É possível acrescentar caruru, vatapá e pasta de pimenta malagueta refogada no dendê.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Acaraj%C3%A9